O CASARÃO DAS SETE JANELAS
A sociedade goianense do século XVII tinha a Praça do Carmo como um ponto de encontro das pessoas da região. Após as missas e os espetáculos teatrais, as pessoas iam se encontrar ali. Levando em conta essa característica do local, o Doutor Ludovico Correia de Oliveira resolveu construir um casarão de sete janelas de frente para a praça. A fachada da casa foi arquitetada dessa maneira para que suas sete filhas ficassem cada uma em sua janela, sendo vistas por possíveis pretendentes. As moças debruçavam-se nas janelas, na ilusão de que algum rapaz as avistasse e pedisse suas mãos em casamento. Com o tempo, a esposa de Ludovico deu à luz a outra menina. Havia sete janelas para oito moças e nenhuma quis dividir a sua com a mais nova integrante da família. A menina acabou se transformando numa moça belíssima e suas irmãs a proibiam de aparecer nas janelas. Mesmo sem aparecer na janela, à moça ganhou um pretendente, que a via nas missas, como a menina respondia aos olhares, o rapaz tomou coragem e pediu sua mão a seu pai. Uma noite, em desespero por ainda não terem casado, as irmãs entoaram em voz alta, olhando para o Cruzeiro do Carmo, a seguinte oração: “Nossa Senhora do Carmo, nossa madrinha imaculada, pedimos a Senhora uma graça e sabemos que vamos alcançar.” Porém todas morreram solteiras. Dizem que a mulher que encostar-se àquelas sete janelas, não se casará nunca, e as casadas, ficarão solteiras novamente.