IMG_5154
IMG_1249
cats
Cristina.
IMG_1264

AGRIPINO

Seu Agripino Augusto Francisco era um doutor sem faculdade e um artista do povo: ele era um mestre da dança do coco de roda e um exemplo de bem viver. Aos 93 anos de idade, mesmo com sua saúde debilitada, não perdia a paixão pelos versos improvisados e cantigas já consagradas desde tempo de criança. Seus registros estão na mente e na boca do povo que se divertem ao som do coco.

Quando tinha 85 anos de idade ainda subia em coqueiros de até 20 metros de altura, com os pés sustentados por cabos artesanais, em alguns segundos já estava no topo, nem parecia que seu Agripino tinha aquela idade. A prática veio do ofício de uma vida inteira. Seu Agripino aprendeu a apanhar coco ainda na infância. “Tinha dia que subia em até 200 coqueiros” dizia ele. 

Filho e neto de rezadeiras; aprendeu o poder das plantas logo cedo. Vizinho da floresta, ele encontrava na mata os remédios que precisava. No quintal da sua casa simples, ele benzia quem o procurava por ajuda e ainda encontrava tempo para fabricar instrumentos.

“Brincar, sorrir e cantar. Isso é que é bom”, dizia seu Agripino. Para muitos, o mestre Agripino é considerado um mosaico da cultura popular pernambucana e suas contribuições ultrapassam as fronteiras da Zona da Mata Norte.


"Eu faço remédio pra trombose, pra diabete, pra coluna, dor nos ossos, pressão alta, labiritinte, inflamação no ovário, cisto no ovário, pedra nos rins, tudo ali tem. Eu também rezo olhado, espinhela caída, peito aberto... quando o peito é aberto mesmo, quando o camarada quer escarrar, ele escarra sangue, é preciso saber curar. Chegou aqui, em nome de Deus, eu curo tudo" (Agripino).

CATEGORIA  :  Personalidades,

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.