BURRINHA
Burrinha é um nome dado a um dos folguedos populares do Brasil. É uma forma antiga do “Bumba meu boi” que sobrevive há mais de 200 anos. O chamado brincante veste a burrinha, que fica dependurada sobre seus ombros por tiras no estilo de um suspensório, como se fosse um balaio na cintura. Com vestimentas coloridas e de estampas fortes, o homem mascarado dança como se estivesse a cavalgar a burrinha, acompanhado de bombo, ganzá e tarol. Em Goiana, jovens se reúnem e formam grupos de percussão apenas para acompanhar uma Burrinha. Uma figura marcante na tradição das burrinhas em Goiana é Miguel da Burra, que - após participar de apresentações de cavalo marinho - saía vestido com a burrinha para beber. Quando seu dinheiro acabava, pedia às pessoas ao seu redor, essas costumavam dizer que em troca do dinheiro, queriam vê-lo dançando com sua burrinha. Para servir de trilha sonora, Miguel mesclou o ritmo do maracatu com os dos caboclinhos e criou um novo estilo. Dessa maneira, ele saía com seus músicos pelas ruas, dançando e pedindo dinheiro para beber.
Os gregos se referiam as criaturas que eram "metade homem, metade touro" como guardiões de recintos ou agentes de escolta. Há refências ao Minotauro guardando o labirinto de Ariadne; como ele também permite que Dante e Virgílio atravessem "Flegetonte" enquanto ele distrai os centauros. Em Goiana dos Caboclinhos, tais criaturas são sinônimos de festa, visto que ela atrai olhares de todos que passam e os convidam para brincar com eles. As burrinhas são performáticas e muito habilidosas em fazer com que suas mensagens se espalhem rapidamente.